José Marques
Juiz fala em “quebra generalizada de confiança”

Bernard Madoff , autor de um gigantesca fraude em pirâmide com fundos de investimento, foi condenado a 150 anos de prisão, a pena máxima aplicada a este tipo de crimes. O Juiz Denny Chin considerou “espantoso” que a fraude tivesse durado mais de 20 anos e salientou “que a quebra de confiança em relação aos clientes foi generalizada”.


Depois de ser conhecida a sentença as pessoas que assistiam à sessão no Tribunal não resistiram e “explodiram” numa salva de palmas.

O Juiz leu a sentença depois de ter ouvido o testemunho de 10 vítimas do esquema concebido por Madoff.

O investidor considerou-se culpado de todas as acusações no passado mês de Março.

E os nossos quem os protege?
José Marques
Aos cinquenta anos, aquele que é considerado o rei da pop não resistiu a uma paragem cardíaca e morreu.

Jackson, que preparava o seu regresso aos palcos já no próximo mês de Julho, deixa para trás uma vida atribulada, entre operações plásticas, o casamento com a filha do outro rei – Elvis Presley – e as acusações de pedofilia de que foi alvo.

O álbum “Thriller” figura, ainda hoje, no livro de recordes Guiness como o álbum com mais cópias vendidas em todo o mundo.




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José Marques

Este guarda nunca mais vai esquecer este momento, eles não podem dar apertos de mão, mas os dois irmãos não conseguiram resistir a este momento histórico.
Nunca este Guarda Real de cor negra imaginou, nem nos seus sonhos, que iria encaminhar um presidente Americano negro nos corredores do poder Inglês…



Não sei quem tirou a fotografia e só por isso não lhe atribuo a paternidade, mas mão amiga fê-la chegar até mim por e-mail e não resisto a publicá-la. Ela diz muito sobre o carácter e o estilo do novo presidente dos Estados Unidos da América. A autenticidade, a discrição do cumprimento e a singeleza do gesto são bem mais do que uma imagem. Não há artificialismo, não há espectáculo. O mesmo gesto feito por Cavaco Silva, Sócrates ou Portas nunca teria o mesmo significado, a mesma profundidade. Há muito que entre nós os nossos políticos se desabituaram de ser assim sem visar a colheita de votos.
O comentário de quem me enviou essa fotografia não podia ser mais certeiro: "You won't see this photo on CNN. Everyone is too busy showing the Queen being touched. This was a moment of "touching" that won't be forgotten by this bobby". Não tenho dúvidas, basta ver o sorriso dele.
José Marques

Não há nada que sacie a vontade que os ex-militares têm de contar o que se passou e o que passaram na guerra colonial. Mas depois de anos de um silêncio muitas vezes auto-imposto queixam-se que a sociedade continua sem querer saber.

O Mário Beja Santos da defesa dos consumidores volta a vestir o camuflado

Mário Beja Santos lê devagar. Pausadamente. Suspeita que se vai emocionar. “Ergui a tua cabeça e tu disseste-me baixinho: “Alferes, dá-me um tiro para acabar tudo”. Afastei-te a espingarda, o Jolá rasgou-te o dólman, tirou-te os restos das botas. Tu estavas muito mal, o braço esquerdo todo rasgado, buracos no peito, estilhaços nas pernas, pensei que tinhas perdido os dois olhos, tal o mar de sangue.”.

Silêncio total no pequeno auditório da biblioteca. O ex-oficial miliciano do exército português, mais conhecido como um dos primeiros portugueses na frente de luta em defesa dos consumidores do que como combatente na frente Leste da Guiné-Bissau entre 1968 e 1970, é traído pela emoção. Chora. Pede desculpa e retoma a leitura de um dos textos do seu livro “Diário da Guiné (1º volume) - Na terra dos Soncó ”. A voz sai marcada pela emoção. O episódio tem por título “O presépio de Chicri”. Tudo aconteceu há mais de 40 anos. Tudo acontece naquela tarde de sábado, 23 de Maio de 2009.

“Retirámos aos tombos, eu levava entre os dentes o teu braço esfacelado, e vamos percorrer os quilómetros mais dolorosos da minha vida até chegarmos ao anfiteatro de Chicri. Não sei quanto tempo durou esta viagem alucinante. Finalmente, depositei-te, cheio de ternura, no chão. O Teixeira tentou uma ligação, a ver se conseguia que um helicóptero te viesse buscar. Não se conseguiu a ligação. O Sol estava no zénite”. Perante o olhar tenso de antigos militares que passaram pelos vários teatros da Guerra Colonial em África, Beja Santos limpa as lágrimas com um lenço enquanto tenta recompor-se.

No início da conferência, em Alverca, numa sala onde não estava mais de uma dezena de pessoas, o ex-combatente conta como o pudor o impediu de falar da sua comissão na Guiné durante dezenas de anos. “Quando estava na guerra e apesar de não ser permitido eu contava o que acontecia. Aos meus pais, aos meus amigos. Mas não encontrava ressonância. Era como se não dissesse nada. Cá recebemos o teu aerograma eu ficava furioso”.

Não foi só Beja Santos que calou a Guerra dentro do peito. No início da conversa, integrada no ciclo “Guerra Colonial realidade ou ficção”, organizada pelo serviço de bibliotecas da Câmara de Vila Franca de Xira, o orador convidado lembrara que ainda hoje não há muitas obras de artistas plásticos sobre aquele período da guerra colonial, antes de dizer os primeiros versos do poema Nabuangongo, de Manuel Alegre. “Em Nambuangongo tu não viste nada/não viste nada nesse dia longo longo/a cabeça cortada/e a flor bombardeada/não tu não viste nada em Nambuangongo”.

“Quando regressei da Guiné suspendi as minhas recordações. Baixei os painéis. Queria acabar o meu curso. Iniciar a minha vida de casado. Criei uma carapaça para fugir à tormenta das minhas memórias dolorosas”. O ex-combatente sentiu que mesmo após o 25 de Abril ninguém queria tocar no assunto. “O que estava na agenda era a descolonização. As pessoas andam todas à procura da prosperidade. Nós fazíamos parte do passado. Do período colonial. Ninguém queria ouvir as nossas histórias e nós não sabíamos onde colocar aquilo em que tínhamos participado”.

Trinta anos depois Beja Santos juntou os mais de 500 aerogramas (cartas sem franquia para troca de correspondência entre militares e família) enviados à sua mulher, libertou-se do peso que o sufocava e começou a escrever sobre a sua comissão. “Era uma vez um menino alferes que chegou à Guiné e foi lançado no regulado do Cuor, no Leste, em 1968. A sua missão principal era proteger o rio Geba, garantindo a sua navegação, indispensável para a continuação da guerra. O alferes comandava dois aquartelamentos e alguns dos soldados mais valentes do mundo: caçadores nativos e milícias, gente que vivia no Cuor, em Missirá e em Finete”

Depois de “Na terra dos Soncó” em 2008, saiu já este ano “Tigre Vadio” o segundo volume do seu Diário da Guiné. “Agora falo do que se passou com grande naturalidade” diz a certa altura da sua exposição, algum tempo antes de se emocionar e deixar correr as lágrimas ao lembrar o episódio do soldado ferido.


Mas depois de anos de um silêncio muitas vezes auto-imposto queixam-se que a sociedade continua sem querer saber.

Nota de JM : Aconteceu-me o mesmo. Durante mais de 30 anos, nao queria sequer ouvir falar em tais cenas e agora, tenho necessidade de as contar, de as partilhar para que se faça história


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Civetta

Dedicado ao meu último e verdadeiro amor, que me atravessou a vida durante uns meses, e que ,sendo também único, mantenho num lugar secreto pintado de vermelho.




Já não tenho voz
Perdi o jeito
Gastou-se o papel
Partiu-se a caneta
Não sei como dizer-te
O que me vai no peito
Nem como pões
Todo o meu corpo alerta
Quando me olhas, me beijas
E me abraças
Quando fechas os olhos
E me enlaças
E o teu sussurro
Canta aos meus ouvidos
E o teu suspiro
Desperta os meus sentidos
E eu sou a fome
Que um dia hás-de matar
Sou a chama alta
Que um dia hás-de apagar
E sou um pássaro
E sou a Primavera
Sou um jardim florido
Que aguarda o tempo certo
À tua espera.
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